Sobre nossos projetos


Aqui você conhece um pouco mais sobre nossos projetos com foco em sustentabilidade. Projetos com certificação orgânica, manejo biodinâmico, cores e sabores, resgate de tradições e antigos saberes.

 

Viticultura e vinificação

Viticultura


Bistrô

               Projeto Seiva

Banco de Sementes 

Crioulas


       Terroir de Chuva

Nosso primeiro projeto de viticultura e vinificação, que começou em 2014.

Produzir uvas viníferas por um processo de produção sustentável... no Brasil, na Serra Gaúcha?

Mas a Serra Gaúcha, não é muito chuvosa, úmida e com uma grande pressão de doenças para as videiras?

Sim! Nós temos uma região assim! E sim, nós produzimos vinhos de chuva por aqui. Entender isso é o primeiro passo para fugir da padronização e compreender a extensão da palavra Terroir.

Você já se perguntou que tipo de uvas esta região, este solo, este clima e estas variedades de uva nos dão? O projeto Terroir de Chuva, busca identificar estas caracteristicas e enaltece - las, através de seus vinhos !

Para isso fizemos alguns estudos de solo e de variedades já bem adaptadas a região, um estudo com pequenas microvinificações, a fim de identificar tipicidade e identidade nos vinhos elaborados. Com este estudo chegamos em 2016 com foco em dua variedades que possuiam comportamento agronômico e enológico consistente e demonstravam nos vinhos todas as características do Terroir da região: boa acidez, taninos delicados, ipt médio (IPT - índice de polifenóis totais, em outras palavras, as substâncias que dão estrutura ao vinho e estão concentradas na casca da uva) - logo, se estas variedades tem um IPT médio, não vou conseguir extrair cor em abundância, logo, daqui não sairão vinhos estruturados, densos e com condições de ficar em barricas por longos períodos. 

Por outro lado teremos vinhos frescos, delicados e elegantes. Estamos falando das cepas Chardonnay e Cabernet Franc.

Para que o projeto expresse realmente as características de um Terroir, precisamos ter claro a ideia de mínima intervenção, tanto nos vinhedos, como na vinificação. Então optamos pela agricultura orgânica e biodinâmica como manejo dos vinhedos e para os vinhos a vinifcação natural (tem links no menu principal explicando cada um destes métodos).

 Além dos nossos vinhedos, envolvemos ainda 4 produtores da região, nossos parceiros hoje, - que possuiam vinhas mais antigas destas duas variedades, para que pudéssemos socializar conhecimentos, trocar experiências em viticultura orgânica e biodinâmica, propagar os ideias de sustentabilidade, mostrando que é possível produzir bem e de forma responsável.

O Terroir de Chuva está localizado em Pinto Bandeira, entre 680 m e 750 m altitude e compreende uma área de aproximadamente 5 hectares de uvas em vários estágios, plena produção, recém implantados, recém enxertados, vinhas antigas...o que é uma grande oportunidade para estudar e avaliar todos os estágios de uma produção sustentável com seus acertos e dificuldades.

Dinamização de preparado biodinâmico na propriedade do projeto Terroir de Chuva


Terroir Ancestral

Projeto que iniciou em 2015, com o objetivo de pesquisar quais eram as primeiras cepas de uva que existiram na região de Pinto Bandeira, como era seu comportamento a campo, como eram os vinhos provenientes delas, mas principalmente por que algumas delas deixaram de ser plantadas a ponto de quase serem extintas aqui na região. 

Mas por que era preciso saber isso? Você sabia que nenhuma cepa de videira é outóctone no Brasil, ou seja, não é originária daqui? Então, tudo que chegou aqui em termos de cepas, vieram de fora e de diversos centros de origem e países, expedições e a imigração contribuiram para isso. Mas quanto tempo demora para uma cepa que veio de um centro de origem (parecido, diferente, igual) ao nosso, para se adaptar? Mas o que é adaptação e por que é necessário se adaptar? Essa é a grande pergunta... 

A título de conhecimento:

Você sabia que o centro de origem paleontológico das videiras atuais é a Groelândia! Lá se encontram os fósseis mais antigos de suas ancestrais, e de lá a videira dispersosu - se em duas direções: américo-asiática e euro-ásia. Falando em adaptação isso aconteceu a mais ou menos 300 mil anos, e a partir da Groelândia as espécies ancetrais colonizaram novas áreas e foram  diferenciando - se em novas espécies, e hoje os centros dispersão são outros.  

A vitis vinífera que é a espécie objeto do nosso estudo e a mais cultivada no mundo, acabou se dispersando para Eurásia (região de clima temperado árido, com verão quente e seco e inverno frio e úmido), mais especificamente no Cáucaso, depois Ásia menor, Oriente Médio e costas do Mediterrâneo... Por ser historicamente uma espécie sensível a doenças fúngicas, imaginem pelo tipo de adaptação que essa guerreira não passou para chegar até nosso século. Então afirmar que uma variedade se adapta ou não a um local, não é conversa para menos de 10 anos. Quando implantada a videira demora em média, 5 anos para estabilizar seu ciclo produtivo, então nos primeiros 5 anos é difícil afirmar alguma coisa pois ela está sofrendo sua primeira adaptação, a fisiológica. E se levarmos em conta a escolha do porta-enxerto adequado, a escolha do tipo de poda adequado, as exigências em horas de frio principalmente, as adapções de ciclo fisiológico, etc...o papo é longo!

Olhando para todas estas informações, formamos nossa opinião sobre o que é adaptação:

A Vinha Unna acredita que a adaptação de uma videira, começa pelo comportamento dela a campo, com base no manejo que empregamos a ela, nas suas reações as doenças, as variações climáticas, ao excesso ou escassez naturais de nutrientes no solo, na resposta aos tratos culturais, na sua resiliência...mas principalmente na tipicidade dos vinhos, aquela marca registrada dela que só identificamos nas uvas que vem daquele local, por isso a importância da adaptação.

Para isso o Projeto Terroir Ancestral trabalhou da seguinte maneira:

- Levantamento histórico da região de Pinto Bandeira;

- Levantamento histórico da viticultura  e cepas na região de Pinto Bandeira;

- Entrevista com viticultores com mais de 70 de idade, que cultivavam as cepas levantadas;

- Levantamento histórico do centro de origem das cepas -  na Itália;

- Identificação de material vegetativo de qualidade destas cultivares para propagação;

- Testes com diferentes porta-enxertos segundo indicação dos viticulores antigos;

Ufa!!! E toda essa pesquisa gerou os vinhedos implantados em 2016 e que estão enchendo nossos olhos com os resultados. E melhor, manejo orgânico certificado e biodinâmico!

Ficou curioso pra saber as variedades? Calma que você vai ouvir muito ainda sobre este projeto!!!!

Vinhedos no outono

Champenoise Bistrô

É um projeto que é a extensão da nossa casa... O Israel é agricultor e cozinheiro, mas não cozinheiro de formação...de coração mesmo, isso está nele. A cozinha aqui de casa é cheirosa, cheia de ingredientes frescos e muita alegria, assim também é a cozinha do nosso pequeno bistrô, onde o Israel comanda as panelas. E o melhor produzimos boa parte dos ingredientes do bistrô, aqui na nossa casa, tudo orgânico e biodinâmico certificado.

Uma cozinha autoral, sazonal, de filosofia Slow Food, ingredientes adquiridos dentro do km zero e orgânicos certificados, mesclando receitas de família, resgate de ingredientes e técnicas ancestrais de cozinha e algumas receitas inspiradas nas andanças pelo mundão! A carta de vinhos privilegia ou produtores locais, ou artesanais, ou de projetos orgânicos, biodinâmicos e naturais. O Champenoise Bistrô é o único restaurante do RS com certificação orgânica.

Abrimos o bistrô de quinta a domingo (e alguns feriados) .

Para saber mais: https://www.facebook.com/champenoisebistro 

Instagram: @champenoisebistro  @israel.dedea

e mail: champenoisebistro@gmail.com

Telefone para reservas: 55 54 99660 3382 (WhatsApp) com Brenda

Champenoise Bistrô - casarão de 1927, vista frontal. Pinto Bandeira/RS.

         Banco de Sementes Crioulas


Se queremos manter a biodiversisdade da nossa propriedade, aumentar a resiliência das plantas, atrair abelhas e garantir que nossas sementes não sejam transgênicas, precisamos produzir nossas próprias sementes de forma orgânica.

Em 2014 começou pequeno o nosso banco de sementes crioulas, apenas com duas variedades de milho, duas de feijões, e alguns legumes. 

Hoje temos mais de 80 tipos de sementes crioulas, são frutas nativas, hortaliças, legumes, flores comestíveis! Plantamos com nossas sementes, fazemos as nossas mudas e produzimos alimentos limpos, saborosos e nutritivos.

Uma vez por ano realizamos uma feirinha de troca de semesntes para compartilhar e atualizar nosso banco, concientizar a região e outros produtores da importância de propagar estas sementes evitando a propagação das transgênicas.

Nossos milhos crioulos

               Projeto Seiva

    Pesquisa, agrofloresta, extrativismo, agricultura biodinâmica

Quando adquirimos nossa propriedade, ainda não sabíamos direito o que era ser agricultores, por isso pesquisamos qual seria a melhor forma de uso da terra deixando a o mais próximo do natural (se não estivéssemos por ali). Sabendo que teríamos videiras e que  elas não poderiam ser sombreadas, mas também queríamos biodiversidade na área, chegamos ao conceito de Agrofloresta que pareceu se encaixar perfeitamente com o nosso tipo de espaço e que não conflitaria com o cultivo da videira.

O sistema de agrofloresta é uma forma de uso da terra na qual se resgata a forma ancestral de cultivo, combinando espécies arbóreas lenhosas como frutíferas ou madeireiras com cultivos agrícolas e/ou animais. Essa combinação pode ser feita de forma simultânea ou em seqüência temporal, trazendo benefícios econômicos e ecológicos.

Agrofloresta é um sistema ancestral de uso da terra que vem sendo praticado por milhares de anos por agricultores de todo o mundo. No entanto, nos anos mais recentes, também têm sido desenvolvida como uma ciência que se compromete a ajudar agricultores a incrementar produtividade, rentabilidade e sustentabilidade em suas terras.

Esse sistema de produção que imita o que a natureza faz normalmente, com o solo sempre coberto pela vegetação, muitos tipos de plantas juntas, umas ajudando as outras, sem problemas com "pragas" ou "doenças", dispensando o uso de venenos. 

Pois bem este maravilhoso sistema foi implantando, e quase 10 anos depois temos um resultado fantástico. A Mata Atlântica da nossa propriedade quase não possuía frutíferas nativas, então além das espécies pioneiras trouxemos as frutíferas nativas, aumentamos em 15% a mata que inicialmente cobria apenas 20% da área. Retiramos espécies invasoras como eucalipto por exemplo, que deram lugar para belos ipês amarelos e roxos. 

Mas temos um pequeno segredo para contar, nestes quase 10 anos um experimento foi feito. Parte da área recebeu aplicação dos preparados biodinâmicos e parte não. Divulgaremos em um documento todos os resultados desta experiencia. 

Agregamos ao projeto também o cultivo de ervas aromáticas, e com o tempo viramos fornecedores destas plantas também. Passamos a trabalhar com extrativismo vegetal.

A atividade extrativista consiste em extrair ou retirar recursos naturais em sua forma original com fins lucrativos ou simplesmente para subsistência. A atividade do extrativismo vegetal está vinculada à extração de produtos ou subprodutos oriundos de plantas, tais como seivas, folhas, ervas, madeira, frutos, cascas de tronco entre outros.

Ai surgiu a ideia de criar produtos a partir do extrativismo vegetal e da produção de ervas aromáticas, até para poder divulgar os diferentes usos do extrativismo no sistema de agrofloresta.

Nasceu o Projeto Seiva. Um projeto que envolve pesquisa sobre o manejo em agricultura biodinâmica em sistemas agroflorestais na Serra Gaúcha, e pesquisa sobre os diferentes usos do que colhemos através de extrativismo, seja uso gastronômico, em chás e infusões ou em licores e bebidas infusionadas.

Parcerias e troca de conhecimento com agricultores orgânicos e biodinâmico. Para os licores e cachaças infusionadas pequenos produtores orgânicos de cachaça de alambique e a Vinha Unna através do conhecimento da Marina Santos. Para pesquisa gastronômica o Chef Israel Dedéa do nosso bistrô (Champenoise Bistrô), testou todas as diferentes possibilidades de uso gastronômico de folhas, frutos, raízes e implementou as nas receitas do bistrô. 

Tem muito amor, muito trabalho, muita pesquisa, tem agricultura familiar, tem inovação e muito propósito. Vamos divulgar o mais breve possível este material, enquanto isso apoie pequenas iniciativas que ajudam a preservar nossas matas, nossos saberes e nossa cultura alimentar.